https://bacana.news O portal de notícias e opinião de Belém do Pará Sun, 07 Apr 2019 00:37:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.13 A minha lista. https://bacana.news/a-minha-lista/ Tue, 25 Apr 2017 15:45:18 +0000 https://bacana.news/?p=7718 Semana passada recebi o e-mail de um amigo que mora em Londres. Ele queria minha lista dos melhores restaurantes do mundo. Como já revelei, pra mim os melhores são os que deixam lembranças gustativas que o tempo não apaga. Não pesam na minha lista toalhas de linho, taças de cristal e os tradicionais salamaleques e […]

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Semana passada recebi o e-mail de um amigo que mora em Londres. Ele queria minha lista dos melhores restaurantes do mundo. Como já revelei, pra mim os melhores são os que deixam lembranças gustativas que o tempo não apaga. Não pesam na minha lista toalhas de linho, taças de cristal e os tradicionais salamaleques e rapapás de restaurantes metidos a besta. Não que não ache isso legal, mas o que vale mesmo é a comida.
Enfim, me postei frente ao computador e tentei seguir uma ordem cronológica. E a lista já ficou meio torta; lembrei da melhor mousse de chocolate que comi em toda a minha vida. Foi ali pelo comecinho dos anos 90 na estação de trem em Sintra, Portugal. Chegamos com fome e encontramos um restaurante que ficava em um vagão antigo. Não lembro da comida, mas a mousse da sobremesa era divina. E pra avacalhar logo de cara com a lista não lembro o nome do restaurante, que provavelmente já não existe mais.
Aqui já abdico da ordem cronológico e sigo por Portugal mesmo. Esqueça o premiado Arcadas que fica no Hotel Quinta das Lágrimas em Coimbra e corra pro Tia Alice em Fátima. Lá você vai comer o melhor arroz de pato da sua vida. E por um preço nada salgado. Mais ao sul no Alentejo o restaurante da Vinícola Herdade do Esporão serve uma bochecha de porco preto com risoto de cogumelos que harmoniza com qualquer pessoa que goste de comer bem. Tomara que ainda esteja no cardápio.
Esqueça o Pérgula em Roma. Ali aos pés do Vaticano tem um restaurante tão discreto que não consigo lembrar o nome. Mas que serve uma comida extraordinária por um quinto do preço. Na Itália merece um registro especial o Il Pirun, em Corniglia. De lá me vem a lembrança de uma occhiata no forno, preparada com uma simplicidade quase mágica, preservando todo o sabor daquele peixe que vi chegando fresquinho ao restaurante.
No quesito peixe não dá pra deixar de fora o Le Bernardin em Nova York. Sei que é caro, tem três estrelas Michelin, está sempre na lista dos melhores do mundo. E é tão bom quanto é caro. Vale cada suado centavo de dólar.
E já que começou a doer no bolso vamos colocar nesta lista dois brasileiros que são realmente caros. Caros e maravilhosos: Olympe do televisivo Chef Claude Troisgros, atualmente comandado pelo filho Thomas Troisgros e o Lasai do Chef Rafa Costa e Silva. Prepare-se para pratos surpreendentemente gostosos, bem preparados, servidos com perfeição.
Aqui pela América do Sul vale demais o Central, que fica em Lima e é comandado pelo Chef Virgílio Martinez. Mais do que o visual dos pratos, vale pelo sabor mesmo.
Em Bangkok fiz duas refeições memoráveis, uma no premiado Nham do Chef David Thompson, considerado o melhor restaurante da Ásia. Nem lembro o que comi. Ou seja, de especial e inesquecível mesmo só a conta recheada de zeros. Em compensação, fui levado pela nossa guia em um restaurante de bairro que tinham as mesas na garagem e quase morri. De tanto que comi. Bem e maravilhosamente!
Devo ter esquecido dezenas de restaurantes que me surpreenderam ao longo da vida, o tempo pode ter sido injusto com algumas avaliações e generoso com outras. Já descobri que lista que importa mesmo é a que fazemos pesando no futuro. O que passou não merece lista, merece apenas ser lembrado.
O londrino vai seguir aguardando a minha lista.

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]]> O Rio de Janeiro é massa! https://bacana.news/o-rio-de-janeiro-e-massa/ Sat, 08 Apr 2017 00:54:38 +0000 https://bacana.news/?p=6213 Me perdoem o trocadilho infame do titulo. Mas não dá para escrever sem exaltar o Rio. Praias, sol, mar e um clima sempre de alto astral. Sabemos que São Paulo é capital gastronômica do Brasil. Tem de tudo. E tem muita coisa boa. Mas o Rio não fica muito atrás. Se eles têm o Salvatore […]

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]]> Me perdoem o trocadilho infame do titulo. Mas não dá para escrever sem exaltar o Rio. Praias, sol, mar e um clima sempre de alto astral.

Sabemos que São Paulo é capital gastronômica do Brasil. Tem de tudo. E tem muita coisa boa. Mas o Rio não fica muito atrás.

Se eles têm o Salvatore Loi, o Rio tem Claude Troisgros, que ainda conta com o reforço do filho Thomas; só em São Paulo você encontra Helena Rizzo e Daniel Redondo, mas o Rio tem Rafa Costa e Silva do Lasai pra contra-atacar; São Paulo tem Ristorantino, Arturito, Casa do Porco, Tappo Trattoria, Tasca da Esquina… Rio de Janeiro tem Oro de Felipe Bronze, tem Roberta Sudbrack mais acessível do que nunca nos seus food trucks, Irajá de Pedro de Artagão, o internacional Eleven, Celeiro e o único e inigualável Galeto Sat’s.

O Rio de Janeiro tem quase tudo o que São Paulo tem em termos de gastronomia. Isso mesmo, quase tudo. Escrevendo esse coluna fiz uma constatação surpreendente: apesar de ter grandes restaurantes italianos, o Rio de Janeiro quase não tem aquelas cantinas italianas. Alegres, informais, quase caóticas, que fazem a alegria de quem gosta de uma comida típica e bem servida.

Não vamos nos ater a um estudo antropológico, até porque todos sabem que São Paulo possui a maior colônia italiana do Brasil. Mas é curioso não cruzar com elas pelo Rio. Apenas curioso, porque confesso que nunca senti falta delas por terras cariocas.

O Rio de Janeiro tem grandes restaurantes italianos, mais sofisticados sim, mas nem por isso menos acessíveis. O Massa que empresta o trocadilho infame do título foi o último que visitei. Tem uma sacadinha super agradável, fica no comecinho da Dias Ferreira e serve uma massa em forma de flor recheada com maçã e pera coberta por um suave molho de gorgonzola. Vale a visita e os parabéns ao Chef Pedro Siqueira. Só pra ficar na mesma rua e numa varanda parecida, porém no quarteirão mais badalado, tem o Quadrucci. A pedida lá o nhoque de funghi com azeite trufado. Dica 1: peça de entrada a salada de figos e rúcula temperada com mel de tomilho e acompanhada de parma e grana padano. Dica 2: não coma sozinho o nhoque, pois é bem servido e um pouco enjoativo.

A onda de grandes italianos ainda encontra força no clássico Cipriani do Copacabana Palace, no Alloro que fica no térreo do Windsor Atlântico e no Gero. Que é tão bom quanto seu irmão paulista.IMG_1747

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]]> Belém na vanguarda da gastronomia https://bacana.news/belem-na-vanguarda-da-gastronomia/ Fri, 17 Mar 2017 15:45:22 +0000 https://bacana.news/?p=3772     Há alguns anos instalou-se no Brasil mais uma febre da gastronomia: os food trucks. Os infelizes do brasileiros começaram a ver pipocar por suas esquinas kombis coloridas e caminhões de design bem legal, vendendo de tudo sempre com um toque “gourmet”. Parece que quando colocam esse apêndice “gourmet” tudo pode ser cobrado mais […]

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Há alguns anos instalou-se no Brasil mais uma febre da gastronomia: os food trucks. Os infelizes do brasileiros começaram a ver pipocar por suas esquinas kombis coloridas e caminhões de design bem legal, vendendo de tudo sempre com um toque “gourmet”.

Parece que quando colocam esse apêndice “gourmet” tudo pode ser cobrado mais caro. Não importa a gororoba que sirvam, se é “gourmet” tá liberado para meter a faca (neste caso no sentido figurado de cobrar caro, pois na maioria dos food trucks come-se é com a mão mesmo).

O que pouca gente atentou é que Belém saiu na frente há muitos anos. Não com o famigerado termo “gourmet”, mas com a mania do food truck. Quem pode negar que nossos carrinhos de cachorro quente e leitão não são os grandes precursores desta comida de rua? Tá certo que alguns deles acabaram tendo de migrar da rua para pontos comerciais tradicionais, como o Milleo, André Lanches e o Big Mengão, que hoje tem carrinhos na rua, loja fechada e vejam só, virou até churrascaria, ali na Diogo Móia onde funcionava antes a Churrascaria do Osmar.

O apelo do carrinho na rua é tão grande que lembro que o Milleo já tinha sua lanchonete montada, mas vendia muito mais no carrinho estacionado na frente. Só abandonou o carrinho quando não teve mais jeito mesmo.

Há dez anos a gente contava nos dedos a comida de rua boa, barata e prática servida nas ruas do Rio. De lá lembro apenas de um hot dog na Humaitá. Em São Paulo me salvei algumas vezes em um que vendia hambúrguer em Pinheiros. Poucas opções, nada comparado a nossa super praça de alimentação montada no começo da Doca, com Kibe House, Bigas Lanches e Batistão Sucos em food trucks de respeito e tamanho. Apesar de hoje contarem com a vizinhança de uma tal sanduicheria que atende pelo simpático nome de Casa da Sogra.

Hoje Belém já conta com uma boa frota dos atuais e coloridos food trucks, todos “gourmet”,  e gostosos demais. Mas quando bate aquela fome da madrugada, torço sempre pro Milleo ainda estar aberto.

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]]> O que importa mesmo é a comida. https://bacana.news/o-que-importa-mesmo-e-comida/ Mon, 20 Feb 2017 14:04:48 +0000 https://bacana.news/?p=2079 Tenho fome de comer. De tudo. Sou guloso, ansioso e gosto de programar os restaurantes em que vou comer, tanto quanto programo os passeios que irei fazer em determinada cidade. Digo isto porque escrever sobre comida pode soar meio subjetivo. Tem gente que gosta de determinado prato e outros não. Não sei se é bem […]

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]]> Tenho fome de comer. De tudo. Sou guloso, ansioso e gosto de programar os restaurantes em que vou comer, tanto quanto programo os passeios que irei fazer em determinada cidade.

Digo isto porque escrever sobre comida pode soar meio subjetivo. Tem gente que gosta de determinado prato e outros não. Não sei se é bem assim. Comida boa e bem preparada é fácil de reconhecer. E não sai da lembrança.

Mundo afora tem restaurantes que apostam nas alegorias para ganhar destaque. Não me interessa garçom que canta, barman que dança ou sommelier que faz mágica. Quero saber da comida. É para isso que vou aos restaurantes. E é dela que vamos lembrar sempre.

É claro que ninguém quer um restaurante com banheiros sujos, garçons mal educados ou ambientes calorentos e apertados. Mas conheço lugares que tem tudo isso, mas não seu descuidam da comida. E os clientes sempre voltam.

O que dizer do atendimento das meninas do Bira’s Bar ou do salão do Pata Rabuda? Mas o que importa mesmo é que o peixe frito de ambos é sensacional.

Do mesmo mal do mau atendimento padece o Bar Lagoa, no Rio de Janeiro. Mas todo mundo volta. Talvez o segredo seja mesmo a salada de batata ou o bife a milanesa perfeito.

No Galeto Sat’s em Copacabana, é difícil se mexer ou respirar entre as mesas, mas já cruzei mais de uma vez com o Boni por lá. O cara sabe das coisas: o Sat’s serve o melhor galeto do Rio!

Esta coluna vai falar de restaurantes e locais com comida gostosa. Sejam eles 3 estrelas Michelin em Nova York ou um restaurante familiar em Bangkok. O que importa mesmo pra mim é a comida. Porque não existe ambiente ruim, quando a comida é boa!

Alexandre Amaral é publicitário, empresário e guloso.

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