Adnan Demachki – Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Pará, se pronunciou na Alepa na tarde da última terça e explicou porque é importante defender que o pagamento da Vale ao Governo Federal, pela renovação da concessão da Estrada de Ferro de Carajás, seja aplicado no projeto da Ferrovia Paraense. E pontuou sua preocupação quanto ao Pará mais uma vez ser lesado e ariscar o seu desenvolvimento.
Adnan pediu que os deputados estaduais se mobilizem para que o Estado seja beneficiado pela Lei 13.448, de setembro deste ano, que possibilita às concessionárias de ferrovias, a exemplo da Vale, que tem a gestão e a operação da Estrada de Ferro de Carajás (EFC), pagar adiantado pela outorga de renovação das malhas ferroviárias. Esse dinheiro ficará sob a gestão do governo federal para investimentos em projeto de logística e o Estado precisa se mobilizar para que o investimento seja feito em um projeto de logística que assegure o desenvolvimento do Pará.
Ele informou que já há estudos na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e na Secretaria Especial de Projetos Prioritários de Investimentos, ligada à Presidência da República, para se aplicar esses recursos em malhas de São Paulo ou na Transnordestina, planejada para ligar os portos de Pernambuco, Ceará e Piauí. Esse projeto já consumiu, inclusive, 5 bilhões de reais de recursos públicos federais e não foi concluído. O projeto está parado com as locomotivas e os vagões enferrujando.
O Pará está mais próximo dos mercados da Europa, América do Norte, Ásia e Oriente Médio, que qualquer outro estado do País e a Ferrovia Paraense se apresenta como solução logística a essa localização geográfica estratégica.
O secretário informou também que os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), do projeto da Ferrovia Paraense, foram concluídos e aprovados. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) se prepara para promover as audiências públicas ambientais em breve. E o futuro empreendimento já tem nove acordos celebrados para uso do de transporte de cargas destinadas ao Brasil e ao exterior. A garantia de carga é um dos pilares de um projeto ferroviário, contudo, o empreendimento fará também o transporte de passageiros de Norte a Sul do Pará.
Ferrovia Paraense
A Ferrovia Paraense tem previstos 1.312 km de extensão, passando por 23 municípios, e conectará todo o leste do Pará, de Santana do Araguaia até Barcarena, atendendo a uma das maiores províncias minerais do mundo e a grande fronteira do agronegócio, que não dispõem de logística adequada.
O projeto tem relevância nacional, na medida em que a Ferrovia Paraense se interliga à Ferrovia Norte-Sul, permitindo o acesso de produtores de minério e do agronegócio em todo o País à rota estratégica de exportação, pelo Porto de Vila do Conde, que encurta a distância entre o Brasil e os principais mercados globais da Europa, Estados Unidos e Ásia.