sexta-feira, dezembro 5

Wilker Leão: da polêmica militar ao embate acadêmico na UnB

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Confronto acadêmico ganha destaque nacional

A Justiça do Distrito Federal condenou recentemente o youtuber, advogado e estudante de História da Universidade de Brasília (UnB), Wilker Leão de Sá, por injúria e difamação contra um professor da instituição.

A universidade instaurou processo disciplinar, afastou o estudante por 180 dias e recomendou sua expulsão. O processo foi baseado em diversos fatores, incluindo a gravação e divulgação de aulas sem autorização, além de alegações de perturbação do ambiente acadêmico.

Trajetória profissional e ativismo

Leão, ex-militar do Exército Brasileiro, serviu como militar temporário entre março de 2014 e fevereiro de 2022, sendo dispensado após atingir o tempo máximo de permanência de oito anos para quem ingressa pelo Serviço Militar Obrigatório.

Em 2019, formou-se em Direito pelo Centro Universitário Unieuro, de Brasília, e posteriormente obteve sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Polêmica atual e repercussão

É importante ressaltar que, no momento dos registros feitos por Wilker, não havia regulamentação específica da universidade sobre gravações em sala de aula. A normativa só foi estabelecida em abril de 2025, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UnB aprovou a Resolução nº 0062/2025.

Sua presença nas redes sociais é significativa, com mais de 400 mil seguidores no Instagram, e seus vídeos alcançam milhares de visualizações. Juristas têm apontado esse engajamento como evidência do interesse público sobre os acontecimentos no ambiente universitário. A jurisprudência reconhece que, em casos de interesse público, a liberdade de informação pode prevalecer sobre a proteção da imagem individual, desde que respeitados critérios específicos.

Desdobramentos legais

O processo contra Wilker está sendo interpretado por alguns como um possível caso de perseguição institucional motivada por dissidência ideológica. O desfecho do caso poderá estabelecer um importante precedente sobre os limites da autoridade universitária em relação aos direitos individuais dos estudantes, incluindo o direito de gravar, denunciar e discordar.

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