sexta-feira, dezembro 5

Tensão na Cisjordânia: Israel anuncia plano de anexação em meio à crescente crise humanitária

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Anúncio controverso gera nova onda de tensão

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou que o país planeja “aplicar soberania” sobre 82% da Cisjordânia, território que atualmente pertence aos palestinos. O objetivo declarado da medida é impedir a criação de um Estado palestino, com a soberania israelense sendo aplicada a 82% do território.

Situação humanitária crítica

Segundo relatório recente da ONU, os bloqueios de Israel para a circulação de palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, atingiram o maior número dos últimos 20 anos, afetando cerca de 3,3 milhões de pessoas. O número de bloqueios aumentou 43% entre 2020 e 2024, com 36 novos bloqueios instalados apenas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

Reações internacionais

Os Emirados Árabes Unidos já advertiram Israel, afirmando que a anexação da Cisjordânia ultrapassaria uma “linha vermelha” e enfraqueceria o espírito dos Acordos de Abraão. Segundo Lana Nusseibeh, alta funcionária do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados, a anexação enfraqueceria severamente a visão de dois Estados vivendo lado a lado em paz, prosperidade e segurança.

Pressão internacional e reconhecimento palestino

A medida surge como resposta ao movimento de diversos países ocidentais que pretendem reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a próxima Assembleia Geral da ONU. Bélgica, França, Reino Unido, Canadá e Austrália anunciaram recentemente planos nesse sentido, juntando-se aos 147 países, incluindo o Brasil, que já reconheceram o Estado Palestino.

Perspectivas futuras

Segundo a coordenadora da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, não pode haver paz sustentável na região sem uma solução para o conflito israelense-palestino que leve à criação de dois Estados vivendo pacificamente. A proposta defende que esse caminho deve ser baseado no direito internacional, nas resoluções da ONU e em acordos anteriores, resultando em um Estado palestino unificado, que exista em paz e segurança ao lado de Israel, com Jerusalém como capital de ambos.

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