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Sistema Nacional aprova transplante de medula óssea no HOL

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No norte do Brasil, o Hospital Ophir Loyola, em Belém, é referência na realização de transplantes de rim e córnea e na captação de múltiplos órgãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para avançar ainda mais, a instituição recebeu na quarta-feira (20) a visita de membros da Coordenação-Geral e da Câmara Técnica do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), com a finalidade de analisar se o hospital atende às exigências do credenciamento, pelo Ministério da Saúde, para a realização de transplantes de medula óssea e fígado. Após a inspeção minuciosa nos equipamentos, infraestrutura física e equipes profissionais, o serviço de Onco-Hematologia do HOL, em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), recebeu a aprovação para realizar transplante de medula óssea.FOTO: MÁCIO FERREIRA / AGÊNCIA PARÁ DATA: 22.12.2017 BELÉM - PARÁ

No norte do Brasil, o Hospital Ophir Loyola, em Belém, é referência na realização de transplantes de rim e córnea e na captação de múltiplos órgãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para avançar ainda mais, a instituição recebeu na quarta-feira (20) a visita de membros da Coordenação-Geral e da Câmara Técnica do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), com a finalidade de analisar se o hospital atende às exigências do credenciamento, pelo Ministério da Saúde, para a realização de transplantes de medula óssea e fígado. Após a inspeção minuciosa nos equipamentos, infraestrutura física e equipes profissionais, o serviço de Onco-Hematologia do HOL, em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), recebeu a aprovação para realizar transplante de medula óssea.

Visando receber a visita técnica, a direção do hospital enviou, no início deste semestre, o projeto para a Regulamentação Municipal e a Central Estadual de Transplantes, para análise e encaminhamento ao SNT. A proposta foi pré-aprovada e realizada a vistoria, iniciada com a apresentação de um breve histórico do hospital, com informações sobre os serviços existentes e avanços conquistados nos últimos anos, feita pelo diretor-geral do HOL, Luiz Cláudio Chaves, no auditório Luiz Geolás.

A equipe do Ministério da Saúde conheceu o Centro de Diagnóstico por Imagem, a Medicina Nuclear, o Centro de Terapia Intensiva, o Centro Cirúrgico, a Clínica Hematológica, o Hospital Dia Hematológico, a Quimioterapia, a Farmácia da Quimioterapia, o Laboratório de Biologia Molecular e a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.

“O Hospital Ophir Loyola é reconhecido como a principal referência no tratamento de doenças hematológicas malignas no Estado, e a diretoria, juntamente com a equipe da hematologia, não mediu esforços para obter essa conquista na saúde pública paraense, que vai beneficiar os pacientes com linfomas, mielomas e leucemias, que já não precisarão sair do Pará para serem submetidos ao procedimento”, afirmou Luiz Cláudio Chaves.

Mudanças – O hematologista Thiago Xavier, coordenador do Ambulatório de Linfomas Indolentes e Leucemias do HOL, explicou que as medidas incluíram mudanças pontuais no serviço de onco-hematologia há um ano, com reestruturação, reformulação da forma de tratar o paciente, ajustes de protocolos quimioterápicos e do fluxo de atendimento, além da criação da Residência em Hematologia e Hemoterapia, importante para a atenção no Sistema Único de Saúde (SUS), por suprir a carência de profissionais na área.

A reorganização foi possível com o emprego das técnicas de biologia molecular e da adesão ao Sistema de Hospital Dia, permitindo o direcionamento clínico e do tratamento quimioterápico específico para cada paciente, assim como mais vagas de consultas ambulatoriais e leitos disponíveis.

Thiago Xavier informou que o termo mais correto é transplante de células-tronco (circulantes no sangue). “Algumas etapas são necessárias, como a avaliação, os exames, a internação e a quimioterapia específica para somente fazer o transplante com a coleta da medula do próprio paciente, de onde serão retiradas as células-tronco para serem congeladas e devolvidas na medula no dia do transplante, por meio de aférese. Essa técnica será realizada em parceria com a Fundação Hemopa, que possui uma estrutura de coleta e congelamento de células-tronco”, esclareceu o hematologista.

Transplante de fígado – Em 2012, o Ministério da Saúde instituiu a atividade de Tutoria em Doação e Transplantes no âmbito do Sistema Nacional de Transplantes, com o objetivo de desenvolver o sistema de doação e transplantes nos entes federativos que necessitem de cooperação tecnológica para seu aperfeiçoamento ou implantação de novos serviços no SUS.

No Pará havia estrutura para a realização do transplante de fígado em hospital da rede privada, mas por questões de credenciamento e habilitação o procedimento deixou de ser realizado.

Segundo Luiz Cláudio Chaves, o Hospital Ophir Loyola possui quatro profissionais registrados no SNT, e já captou 130 fígados com êxito. “Enviamos ofício à dra. Rosana Nothen, da Coordenação-Geral, solicitando a tutoria para a equipe, assim como entramos em contato com o Hospital das Clínicas de São Paulo. Na oportunidade, também foi realizada uma vistoria para analisar se o Ophir Loyola possui condições de receber essa tutoria”, informou.

Plano de ação – Com a aprovação pelo Ministério da Saúde, será montado um plano de ação, que consta de um treinamento de recursos humanos e aquisição de equipamentos. A equipe do Sistema Nacional de Transplantes apoiará o Hospital Ophir Loyola na tutoria, e tentará encaixar o hospital no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (ProadiSUS). Na ocasião, Rosana Nothen questionou se a gestão do HOL poderia estimular a diretoria do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, enfatizando o interesse do Sistema na implementação dos transplantes cardíacos em Belém.

O Hospital de Clínicas realiza cirurgia cardíaca em crianças, e também oferta serviços únicos no Pará, como urgência cardiológica com porta aberta e cirurgia neonatal em recém-nascidos com anomalias congênitas cardiológicas. Somado a isso, o “Gaspar Vianna” dispõe de equipamentos de hemodinâmica para o tratamento endovascular de coronariopatias (doenças nas artérias coronárias).

“Entrei em contato com a dra. Ana Lídia Cabeça para discutirmos o assunto. Ela não apenas aceitou o desafio, mas está pronta para elaborar os ofícios e a solicitação ao Sistema Nacional de Transplantes, assim como irá a Brasília (DF) para tratar do assunto”, acrescentou Luiz Cláudio Chaves.