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Seres humanos refugiados são vendidos em leilão a mil e quinhentos reais na Líbia

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Uma reportagem levada ao ar pela rede de televisão norte-americana CNN nesta terça-feira 14 mostrou as primeiras imagens de um crime denunciado pelas Nações Unidas em abril, mas que ainda não havia sido flagrado: imigrantes africanos são rotineiramente vendidos como escravos na Líbia, país no norte do continente.

“Alguém precisa de um escavador? Este é um escavador, um homem forte e grande”, diz o responsável pelo leilão de seres humanos. “500, 550, 600, 650…” Em cerca de sete minutos, uma dezena de pessoas foi vendida. A todo tempo, afirma a repórter responsável pela matéria, os criminosos se referiam aos imigrantes como “mercadoria”. 650 dinares, o valor pelo qual um dos homens foi vendido, equivalem hoje a 1,5 mil reais.

O flagrante foi feito pela CNN em outubro, com o uso de câmeras escondidas. A reportagem da emissora recebeu a informação sobre o local do leilão e conseguiu acompanhar o evento. O responsável pela venda de pessoas não quis conversar com os jornalistas e dois dos homens vendidos, abordados pela reportagem, estavam em choque e também não falaram.

A reportagem foi realizada depois de a CNN receber de uma fonte um vídeo de um leilão de escravos realizado meses antes na Líbia. Nas imagens, homens negros aparecem no vídeo. Um outro homem coloca a mão sobre eles e anuncia “garotos grandes e fortes para trabalhar na fazenda”.

Segundo a CNN, há leilões em pelo menos nove cidades líbias. A prática foi denunciada pela Organização Internacional para Migrações (OIM), da ONU, em um relatório publicado em abril, baseado em relatos de sobreviventes. Segundo o órgão, os leilões de pessoas são tão comuns que estariam sendo realizados ao ar livre. Em julho, o jornal espanhol El País publicou uma longa reportagem, também centrada em depoimentos de sobreviventes, que relatava a escravidão na Líbia.

Carta Capital