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Segunda chance

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Começo me desculpando pela ausência. Falta imperdoável com vocês e com os assuntos do esporte que correm na velocidade da luz.

Enquanto estive ausente, o goleiro Bruno voltou ao futebol, treinou com direito a tietagem, autógrafos e selfies. Ele já está devidamente regularizado no BID da CBF e deve estrear no próximo sábado com o novo uniforme.

Eu realmente precisava escrever sobre isso.

Todo mundo, de fato, merece uma segunda chance. Mas vale lembrar que uma porcentagem mínima de condenados pela justiça conseguem se realocar no mercado de trabalho profissional. Uma porcentagem menor ainda deles, são ex-jogadores e donos de grandes fortunas acumuladas, o que é um privilégio no mundo do crime e no caso de Bruno.

Suzane Von Richthofen também protagonizou um crime histórico que envolvia família e fortuna, encomendou a morte dos próprios pais junto ao namorado, que também segue preso. Eles (ainda) não tiveram segunda chance. E não merecem liberdade, na minha humilde opnião. A segunda chance que vos falo já é dada com a vida, com a chance de ficar aqui e evoluir dia após dia enfrentando o subconsciente que pode ser o nosso pior inimigo. Com educação, respeito ao próximo e muito trabalho árduo, sem nada de luxo. Essa é a maior provação que os condenados donos de grandes impérios podem ter. E ninguém precisa necessariamente da liberdade ou da aparição pública para evoluir, e de fato, ter uma segunda chance.

Voltemos aos fatos, se a decepção com a justiça existe, a frustração com o futebol por ver um clube abraçar o acusado consegue ser ainda maior. Nenhuma exposição midiática, captalizaria retornos tão ruins como essa que o Boa Esporte protagonizou.

O futebol, que tem capacidade suficiente pra livrar aproximadamente 80% dos praticantes de zonas de riscos, não pode abrir espaço para alguém que não conseguiu se afastar do mundo do crime através dele.

Como profissional que trabalha com esportes e que presencia diariamente verdadeiras histórias de superação e de pessoas que não precisariam se esforçar para virarem exemplos, só me resta desejar que a nossa molecada apaixonada pela bola no pé e principalmente os torcedores do Boa Esporte tenham ídolos de verdade em um futuro próximo.

E ainda que o goleiro Bruno entre em campo e faça grandes defesas pelo time, que ninguém esqueça que existiu uma mãe que não teve uma segunda chance com Eliza, uma filha que não teve segunda chance com a mãe e um filho, que não teve nenhuma chance de crescer junto ao amor materno.

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