Morre Lindomar Castilho, o ‘Rei do Bolero’, aos 85 Anos

Falecimento do Cantor Lindomar Castilho
O cantor Lindomar Castilho, conhecido como “Rei do Bolero”, morreu neste sábado, 20 de dezembro, aos 85 anos. A notícia da morte foi confirmada pela filha dele, Lili de Gramont, nas redes sociais, sem revelar a causa. Nos últimos anos, Lindomar Castilho vivia recluso em seu apartamento localizado em Goiânia. Diagnosticado com Parkinson, ele tinha a saúde fragilizada há cerca de 10 anos.
A Trajetória Musical de Sucesso
Lindomar Castilho nasceu em Rio Verde, no interior de Goiás, em 21 de janeiro de 1940. Antes da música, chegou a cursar Direito e trabalhou como escrivão de polícia. A virada de vida ocorreu no início dos anos 1960, quando foi descoberto pelo produtor Diogo Mulero. Castilho gravou músicas como “Vou rifar meu coração”, “Nós somos dois sem vergonha”, “Você é doida demais”, que foi tema de abertura da série “Os normais”, da TV Globo, e “Tapas e beijos”, regravada posteriormente pela dupla sertaneja Leandro e Leonardo. Com o sucesso obtido na década de 1970, acabou ganhando o título de “rei do bolero”.
O Crime que Marcou sua História
Mesmo com o enorme sucesso, Lindomar Castilho caiu em desgraça após assassinar a ex-mulher, cantora e compositora Eliane de Grammont, em 1981. Mais de 40 anos depois, a morte da artista é um dos casos de feminicídio mais conhecidos do País. No dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o bar Belle Époque, em São Paulo, onde a esposa se apresentava, e deu cinco tiros enquanto ela estava ainda no palco. Ele foi condenado a 12 anos de prisão, cumpriu parte da pena e deixou a cadeia na década de 1990.
Reflexões da Filha sobre o Pai
No post que anunciou a morte do pai, Lili relembrou o passado trágico na família que a deixou órfã de mãe ainda pequena. “Ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu ela. Filha única do casal, Liliane retomou contato com Lindomar no fim dos anos 1990 e transformou a própria história em arte no espetáculo “Memórias em Conta Gotas”, indicado ao Prêmio APCA em 2023.
Legado e Significado
A trajetória de Lindomar Castilho, conhecido anteriormente como “Rei do Bolero”, permaneceu vinculada ao caso jurídico que interrompeu sua ascensão profissional na década de 1980. Sua morte reacende o debate sobre masculinidade tóxica, violência doméstica e feminicídio no Brasil. O caso de Eliane de Grammont permanece como um lembrete doloroso da importância de combater a cultura da violência contra mulheres e do impacto devastador que esses crimes causam nas famílias e na sociedade.







