domingo, dezembro 14

Morre Haroldo Costa, Pioneiro da Cultura Negra no Teatro Brasileiro e Ícone do Carnaval

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Importância Histórica de Haroldo Costa para a Cultura Brasileira

Haroldo Costa, considerado um ícone do teatro e da TV brasileira, morreu aos 95 anos neste sábado (13). Sua partida representa uma perda inestimável para a cultura nacional, especialmente para o teatro, televisão e carnaval carioca. Ele se tornou o primeiro ator negro a pisar no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ao protagonizar “Orfeu da Conceição”, peça de Vinicius de Moraes com música de Tom Jobim, marco fundamental na luta pela valorização da cultura negra nas artes cênicas brasileiras.

Trajetória Artística e Contribuições ao Teatro

Haroldo Costa começou a carreira profissional no Teatro Experimental do Negro, onde participou da montagem de “O Filho Pródigo”, de Lúcio Cardoso. Nesse grupo, atuou ao lado de nomes como Ruth de Souza, Grande Otelo e Milton Gonçalves, que mais tarde se destacaram na televisão brasileira. Costa ingressou na TV Globo em 1965, como diretor de musicais e programas de auditório, consolidando sua presença na televisão brasileira.

Paixão pelo Carnaval e Legado Cultural

O carnaval representou a grande paixão de Haroldo Costa, influenciada pelo pai carnavalesco. Ele afirmou em entrevistas que a festa define a identidade brasileira e escreveu diversos livros sobre o tema. Ele integrava o corpo de jurados do ‘Estandarte de Ouro’, promovido desde 1972 pelo jornal O Globo. Costa integrou o corpo de jurados da Liga Independente das Escolas de Samba até 1963, quando se tornou torcedor declarado do Acadêmicos do Salgueiro.

Últimos Anos e Reconhecimento

De sorriso fácil e fala mansa, Haroldo fez 95 anos no dia 13 de maio. Na ocasião fez uma postagem nas redes sociais comentando sobre a data: “Olha, eu estou fazendo 95 anos. Posso garantir que não pesa”. Em 2024, aos 94 anos, concluiu seu livro “Histórias do Brasil na boca do povo”. “São coisas sobre o Brasil que nunca foram reveladas pela historiografia oficial”, contou ele.

Significado para o Futuro da Cultura Brasileira

“Foi memória viva, foi guardião da nossa história, foi voz firme na defesa do samba, do Carnaval e da cultura afro-brasileira”, destacou a escola de samba Salgueiro em nota oficial. A família confirmou o falecimento nas redes sociais, deixando um vazio na cultura carioca. Foram mais de sete décadas de uma história que justifica plenamente a reverência e o respeito de todos que o chamavam, e continuarão a chamar, de mestre. Seu legado permanece como referência essencial para compreender a história do teatro negro brasileiro, do carnaval e da luta pela representatividade nas artes.

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