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Marabá recebe o maior evento de mineração do Brasil

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Autoridades dos poderes Executivo e Legislativo, representantes de multinacionais, executivos, universitários e lideranças comunitárias vão fazer de Marabá na próxima sexta-feira (1º de dezembro) a maior vitrine de mineração do Brasil neste fim de ano. É que um evento tradicionalmente realizado por estudantes do curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), está ganhando ares de congresso badalado, que a cada dia ganha novas adesões e a procura por lideranças estaduais.

O 7º Workshop de Engenharia de Minas e Meio Ambiente vai reunir algumas das maiores autoridades do Pará nas áreas de mineração e sustentabilidade e, este ano, será o marco oficial de lançamento da Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem), entidade que nasceu em junho e já conseguiu entrar na agenda dos mais diversos e concorridos meios de comunicação da imprensa nacional, com citações e reportagens do Pará ao Rio Grande do Sul.

A programação traz como tema central “Engenharia de Minas: Da Academia ao Mercado de Trabalho” e vai debater possibilidade e aberturas para os profissionais do setor em diversos segmentos da economia, particularmente em momento desafiador para a mineração nacional, em que são discutidos desemprego, alíquotas de royalties, criação de agência reguladora e liberação de novas fronteiras minerais, questões que impactam diretamente o mercado de trabalho.

Engenheiros e a economia

Dados divulgados em outubro pelo Ministério do Trabalho (MTb) referentes à Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2016 apontam que havia no Pará 523 engenheiros de minas formalmente empregados como tal. Em razão de desinvestimentos no setor, 19 profissionais perderam emprego este ano, conforme números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), reduzindo o número a 504 profissionais em atuação no Pará.

Os engenheiros de minas são responsáveis por movimentar a maior parte da produção de riquezas do Pará. De janeiro a outubro deste ano, o estado exportou 12,04 bilhões de dólares, e 87% desse valor saíram do suor de engenheiros de minas e seus auxiliares, uma vez que dos dez produtos de maior valor da cesta de exportação paraense, sete são commodities minerais lavradas por eles, com destaque para os minérios de ferro e cobre. Com o talento industrial de engenheiros de minas, o Pará se firmou como o 7º maior exportador do Brasil e é 2º em número de municípios entre os 30 que mais lucro dão ao Brasil, com destaque para Parauapebas, Marabá, Barcarena e Canaã dos Carajás, líderes em produção de riquezas exportáveis e em superávit na balança comercial.

Megaprojetos da região serão detalhados em painéis

Nos últimos anos, o curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente da Unifesspa vem aperfeiçoando seu workshop e em 2017 entregará um evento com o mais variado portfólio de debates. Com duração de sexta (1º) a domingo (3), constam da programação painéis sobre aproveitamento de recursos minerais, viabilidade de empreendimentos, financiamento na mineração, processos de lavra, mercado de trabalho e o detalhamento de operações de elevada relevância para a economia do Pará, como o projeto S11D, assinado pela multinacional Vale e que produz minério de ferro de alto teor no município de Canaã dos Carajás, e o projeto Antas North, da multinacional Avanco e que produz minério de cobre no município de Curionópolis.

De acordo com o presidente da Assopem, o engenheiro de minas Artur Alves, um dos organizadores do evento, esta versão do workshop é um marco em Marabá e região por conseguir condensar uma infinidade de pensamentos e pontos de vista, tanto de políticos quanto de empresários, à luz do conhecimento de especialistas da área de mineração, sobre empreendimentos localizados em diversas partes do Pará. “Estamos trazendo visões da indústria mineral a partir de projetos espalhados em várias regiões do estado”, explica Alves, destacando que parte dos protagonistas é egressa justamente do curso de Engenharia de Minas de Marabá. Atualmente, são profissionais lotados no serviço público e em concorridas multinacionais.

Ele lembra que, no decorrer da programação, será realizado o ato de lançamento da Assopem, idealizada em junho e que já chegou sacodindo as redes sociais, pautando veículos de imprensa e ganhando prestígio entre empresas, demais associações de classe e até mesmo entre outras categorias profissionais. A primeira reunião ordinária da Associação Paraense de Engenheiros de Minas será realizada na noite de encerramento dos trabalhos de sábado (2).

O presidente da entidade pontua que Marabá foi o município escolhido para ser sede da Assopem por um conjunto de fatores. “Marabá possui economia sólida, conta com a presença da indústria mineral, dispõe do maior polo acadêmico universitário do sudeste paraense e, sobretudo, tem capacidade incrível de sobreviver às intempéries econômicas, não dependendo de uma única fonte de renda, como 90% dos municípios mineradores”, assegura, visualizando que a “Capital Nacional do Cobre” poderá, com o auxílio da sociedade, tornar-se um dos maiores laboratórios para a condução de um modelo de desenvolvimento social guiado pelas compensações financeiras oriundas da indústria mineral.

Investimento local

Nos três dias de evento, o 7º Workshop deve injetar cerca de R$ 150 mil nos setores de comércio e serviços de Marabá, especialmente com hospedagens de convidados, transporte de participantes, alimentação do público e material gráfico.

Mineração e meio ambiente serão discutidos em painel inédito

Vistos como antagonistas indissociáveis — mocinho e vilão — em quase todos os discursos, os temas meio ambiente e mineração terão assento numa mesma roda de debates no 7º Workshop de Engenharia de Minas e Meio Ambiente. Com o tema “Desafios da Mineração no Estado do Pará” e realizado entre 16h20 e 18 horas de sexta-feira (1º) no auditório do Senai, o debate é o ponto alto e promete apontar encaminhamentos para a promoção de uma mineração sustentável no Pará, que em futuro próximo ostentará a indústria mineral ativa mais poderosa do mundo.

Desse encontro inédito de pontos de vista farão parte o secretário de Mineração da Prefeitura de Marabá, Ricardo Pugliese; o secretário-adjunto de Mineração do Governo do Estado, Eduardo Leão; o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Ronaldo Lima; o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Pará, Carlos Botelho; o gerente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) no Pará, Raul Porto; o deputado Gesmar Costa, representando a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa); e o conceituado jornalista marabaense Ulisses Pompeu, que mediará o debate.

Para o presidente da Assopem, Artur Alves, a projeção que o evento tomou é surpreendente. “Diversas autoridades tomaram conhecimento das temáticas e estão ligando, querendo assento nas mesas redondas, principalmente na discussão que aborda os desafios da mineração no Pará”, revela, adicionando que os primeiros convidados aceitaram participar e a lista foi fechada logo no mesmo dia. “Ainda assim, vamos abrir o debate à participação popular porque é um evento acadêmico-científico voltando a retornar à comunidade o conhecimento que se adquire na universidade pública, que é paga com os impostos de todos. É uma forma que temos de recompensar a sociedade pelo conhecimento que acumulamos e que tem de servir para a melhoria da qualidade de vida de todos”, contextualiza.

Como participar

Para participar do evento, será preciso efetivar o credenciamento na quinta-feira (30) no Campus 2 da Unifesspa, localizado na Folha 17 da Nova Marabá. O interessado precisa contribuir apenas com um quilo de alimento não perecível e pagar pequena taxa, que varia de R$ 15 (para aluno do curso de Engenharia de Minas) a R$ 30 (para público externo). Em dezembro, Assopem, Caemma e Carajás Jr. vão realizar uma ação solidária para distribuir na periferia de Marabá todos os donativos arrecadados durante o workshop. “A Assopem está chegando para fazer a diferença em Marabá. E é a diferença social em um município mineral, para melhorar o desenvolvimento humano local e a qualidade de vida das pessoas”, encerra Artur Alves. (Divulgação | Assopem)