Morreu, nesta quinta-feira (5), em São Paulo, aos 81 anos, a atriz e produtora teatral Ruth Escobar.
Guerreira, inovadora, corajosa e amiga de todos. Nascida em Portugal, Maria Ruth dos Santos Escobar foi uma das personalidades mais marcantes do teatro brasileiro. Artista de vanguarda, em 1963, inaugurou a própria casa de espetáculos.
Ficou famosa pela ousadia, que quase sempre gerava polêmica. Com a produção de “O Balcão”, um de seus maiores espetáculos, recebeu o Troféu Roquette Pinto como personalidade do ano.
“Um espetáculo que passou para a história, não do teatro brasileiro, do teatro internacional, que é ‘O Balcão’. Ela era a maior aglutinadora que teve no teatro brasileiro”, disse o ator Ney Latorraca.
Nos anos de 1970, seu teatro se transformou em local de importantes manifestações contra o regime militar. Ruth Escobar participou da fundação do comitê da Anistia Internacional no Brasil.
A conduta dela, segundo os militares, era nociva e perigosa. Nos anos 1980, foi eleita deputada estadual duas vezes. Vitória que Ruth atribuía às mulheres. “Estou trabalhando pela mulher há muito tempo, eu acho que nenhuma revolução vai acontecer no mundo que não passe pela questão da mulher”, afirmou Ruth Escobar.
Depois de lutar tantos anos pelo teatro, Ruth Escobar vinha lutando, desde o início dos anos 2000, contra o mal de Alzheimer que, entre outras coisas, prejudica muito a memória, justamente uma das ferramentas principais para qualquer ator e atriz. Nos últimos dias, o estado de saúde dela se agravou, ela chegou a ser internada em um hospital em São Paulo, mas não resistiu. Ela faleceu nesta quinta às 13h30.
“Acho que o legado que ela deixa é esse amor, essa paixão que ela tinha pelo teatro, pelas pessoas, pela vida”, disse o ator Fulvio Stefanini.
“Empresária, diretora, atriz maravilhosa, que nos deixou. Ruth Escobar é uma falta, uma falta imensa que você nos faz”, declarou o ator Juca de Oliveira.
