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Belém, a capital das obras intermináveis

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Assim como Belém, fizeram aniversário ontem também algumas promessas de melhorias para a capital paraense feitas pelos governantes nos últimos anos e que seguem somente no papel e na conversa. Uma delas, talvez a mais lamentável de todas, envolve o próprio palco do parabéns, onde o prefeito da cidade, Zenaldo Coutinho (PSDB), não quis ficar por mais de meia hora durante os festejos: o Ver-o-Peso que segue sem sentir os efeitos do polêmico projeto de revitalização anunciado à epoca dos 400 anos, em 2016, para feirantes preocupados com uma possível descaracterização do complexo. O projeto tem custo estimado de R$ 34 milhões, sendo R$ 25 milhões uma contrapartida do Governo do Estado.

Se o assunto é saúde, a entrega do Pronto Socorro Municipal “Mário Pinotti”, o PSM da 14, reformado foi a última grande obra que Belém ganhou. O Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, por exemplo, responsabilidade do Governo do Estado, e que começou quando Belém ainda tinha 397 anos, segue inconcluso.

A conclusão das obras da Bacia da Estrada Nova e do Portal da Amazônia também não terminaram. Em 2015, por meio de notícia divulgada no site do PSDB, a informação era de que a extensão do Portal chegaria à rua Fernando Guilhon, o que não ocorreu. Já a Bernardo Sayão, influência da bacia, ainda possui pontos de interdição por causa das obras.

Já a longa novela chamada BRT Belém teve sua última inauguração, de um terminal em São Brás, realizada em junho passado. De lá para cá, foi anunciado que as obras da avenidaAugusto Montenegro teriam fim também em dezembro – e isso também ficou só na promessa. No dia do aniversário, sem falar em datas, Zenaldo apenas disse entender que as obras estão avançando.

ALIANÇA

Também durante os 400 anos a Prefeitura de Belém anunciou o Programa Aliança Pela Paz, para o enfrentamento da violência na Região Metropolitana de Belém (RMB) , com estratégias pouco definidas. No entanto, só nos primeiros oito dias do ano, foram registrados em todo o Estado 118 assassinatos, a maior parte deles em Belém e região metropolitana.

Na educação também não houve avanços. Além do fechamento de escolas públicas, confirmado pelo própria sindical ligada aos professores, e de reformas e revitalizações que não viraram realidade, a relação entre os servidores e a Prefeitura segue cada vez mais conturbada. Nos primeiros dias do ano, vários trabalhadores ligados à Secretaria Municipal de Educação (Sesma) tiveram seus salários bloqueados para que fossem forçados a comprovar, junto à Semec, compatibilidade de jornada, para o caso de quem tem mais de um emprego.

(Carol Menezes/Diário do Pará)