A cidade de Caldas, em Minas Gerais, quase colada a Poços de Caldas, tem duas barragens sem garantia de segurança da Agência Nacional de Mineração. No sul de Minas, sete cidades têm 45 barragens cadastradas na Fundação Estadual do Meio Ambiente. No estado inteiro são 698 barragens cadastradas.
Para comparar
O Brasil conta com apenas 154 fiscais para supervisionar 24 mil barragens. Deputados, da situação ou oposição, emprega milhares de pessoas. Para se ter melhor ideia, a Assembleia Legislativa do Rio tem nada menos do que 5,5 mil servidores. Desses, 4.226 nomeados livremente.
Poucas ações
Nos últimos 19 anos (2000 a 2018) dos R$ 444,4 milhões autorizados no Orçamento da União para ações destinadas às barragens, efetivamente nos ministérios da Integração, Minas e Energia e Meio Ambiente, somente R$ 167,3 milhões (37,6%) foram realmente pagos.
Depois de Mariana
Logo após o desastre ambiental de Mariana, em 2015, o orçamento conjunto das pastas destinados às barragens, dobrou passando de R$ 62,3 milhões para R$ 121,9 milhões (2016). Depois, liberados forma apenas R$ 22,7 milhões (quase o mesmo de 2015). São dados do Contas Abertas.
Olho na Vale
A Vale teve lucro líquido de R$ 42 bilhões em pouco mais de três anos, entre as tragédias de Mariana e Brumadinho. É quase quatro vezes mais do que os R$ 11 bilhões bloqueados pela Justiça até agora. A doação de R$ 100 mil por família beira a imoralidade.
Mais alto
A Justiça determinou que os salários da Vale fossem divulgados no ano passado; R$ 19 milhões por ano é o salário mais alto da mineradora, destinado ao presidente, cerca de R$ 1,6 milhão por mês.
Questão de imagem
A diretoria da Vale teria convocado o publicitário Nizan Guanaes para conversar sobre que caminho tomar no que se refere à imagem da empresa. Nizan, por coincidência, é criador da frase de efeito: “Enquanto eles choram, eu vendo lenços”, que virou título do livro do jornalista João Wady Cury sobre a vida do profissional, hoje afastado do dia a dia das agências.
