Arce não disputará reeleição na Bolívia: Entenda a crise política e econômica do país

Decisão histórica marca fim de era política
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que abandonará sua candidatura à reeleição nas eleições presidenciais de agosto, uma decisão surpreendente comunicada através das redes sociais.
Em sua declaração, Arce afirmou que tomou a decisão para não dividir o voto popular e evitar facilitar um ‘projeto da direita fascista que busca destruir o estado plurinacional’.
Crise econômica e instabilidade
A Bolívia enfrenta sérias dificuldades econômicas, com as reservas do banco central em baixa e um mercado paralelo onde o valor da moeda boliviana é metade da taxa de câmbio oficial. O país, que antes era exportador de gás natural, agora depende de importações para lidar com a escassez de energia.
A situação tem sido agravada por uma crise socioeconômica que começou em 2023, marcada pela escassez de reservas em moeda estrangeira, diminuição das exportações de gás natural e alta inflação. A isso somam-se tensões políticas decorrentes de uma disputa de poder entre Arce e o ex-presidente Morales pela influência no partido e candidatura nas eleições de 2025.
Cenário eleitoral e perspectivas
As eleições gerais na Bolívia estão marcadas para 17 de agosto de 2025, quando os eleitores escolherão o presidente, vice-presidente e todos os assentos na Câmara dos Deputados e Senado. Com nenhum candidato garantindo vitória definitiva na eleição presidencial, um segundo turno está previsto para 19 de outubro de 2025 entre o Senador Rodrigo Paz Pereira e o ex-presidente Jorge Quiroga.
O resultado representa um “golpe impressionante” para o MAS-IPSP, que dominou a política do país por 20 anos. A eleição ocorre em meio a uma cisão dentro do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) entre o presidente Arce e o ex-presidente Evo Morales. Os ex-aliados se desentenderam após a eleição de Arce em 2020, quando Morales, que estava no exílio após agitação política causada por sua tentativa de reeleição em 2019, retornou e tentou retomar o controle da liderança do partido.


