Os Abandonados: Brasil Enfrenta Crise Crescente de Abandono em Múltiplas Frentes

A Crise dos Abandonados no Brasil
O Brasil atravessa uma preocupante crise de abandono que afeta diferentes grupos vulneráveis da sociedade. Em 2024, as denúncias de abandono de idosos cresceram mais de 26% em relação ao ano anterior, passando para 62.688 casos, enquanto em 2025, até o momento foram registrados 332 casos, uma média de quase 2 abandonos por dia. Este cenário alarmante revela uma sociedade que precisa repensar urgentemente seus valores e responsabilidades.
Idosos: Os Mais Vulneráveis
A população com mais de 60 anos cresceu 56% em relação a 2010, ultrapassando 32,1 milhões – o equivalente a quase 16% da população. Paradoxalmente, o aumento da população idosa coincide com o crescimento dos casos de abandono. O abandono é crime previsto no Estatuto do Idoso, com pena de detenção de 6 meses a 3 anos, além de multa, mas a legislação não tem sido suficiente para conter o problema.
Animais Abandonados em Números Alarmantes
A situação dos animais não é menos preocupante. A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais recebeu, somente nestes primeiros meses do ano, 406 animais vítimas de abandono e maus-tratos apenas no Rio de Janeiro. A maior incidência de abandonos e devoluções ocorre entre: período de férias com 38% dos casos e feriados, como carnaval e final do ano, com 21,7% dos casos.
Pessoas Desaparecidas: Uma Epidemia Silenciosa
O Brasil totalizou 81.873 desaparecimentos no ano passado, um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior. Anualmente, cerca de 20 mil pessoas com até 17 anos desaparecem no País, sendo que aproximadamente 12 mil são localizadas. O governo federal tem intensificado esforços, mas os números continuam crescendo.
Conclusão e Perspectivas
A crise dos abandonados no Brasil reflete problemas estruturais profundos: desigualdade social, falta de educação sobre responsabilidades, insuficiência de políticas públicas e uma cultura que ainda trata seres vulneráveis como descartáveis. Para reverter este quadro, é necessária uma mobilização conjunta da sociedade, investimento em campanhas educativas, fortalecimento da fiscalização e, principalmente, uma mudança cultural que valorize o cuidado e a proteção dos mais vulneráveis. O futuro do país depende de como tratamos aqueles que mais precisam de amparo.








