sábado, dezembro 6

Doutrina Monroe volta ao centro da política externa dos EUA em 2025

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Introdução: A Doutrina Monroe e sua relevância histórica

Em dezembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recolocou a Doutrina Monroe no centro da política externa americana, colocando a América Latina como uma das áreas prioritárias de influência dos Estados Unidos. Formulada em 1823 pelo presidente James Monroe, a Doutrina Monroe defendia que nenhuma potência europeia deveria interferir nos assuntos das Américas. Este conceito, que tem mais de 200 anos, volta a ganhar destaque no cenário geopolítico atual, trazendo implicações significativas para as relações internacionais no continente.

O retorno da Doutrina Monroe em 2025

A nova estratégia marca o que a Casa Branca chama de um “Trump Corollary”, uma atualização da doutrina criada há dois séculos para barrar interferências externas no continente. A teoria foi mencionada na nova Estratégia Nacional de Segurança, divulgada pela Casa Branca, sinalizando uma mudança significativa no foco da política externa norte-americana.

O documento sinaliza um afastamento da agenda com foco na Ásia, algo dominante desde o governo de Barack Obama, eleito em 2008, em uma movimentação conhecida como “Pivot to Asia”. O documento relata um esforço para reforçar a influência dos EUA na América Latina, incluindo operações contra “narcolanchas”, pressão sobre o governo da Venezuela e ações voltadas ao controle de infraestruturas críticas.

Contexto histórico e impactos na América Latina

A Doutrina Monroe, formulada em 1823 pelo então presidente James Monroe, foi declarada como um aviso direto às potências europeias: os países das Américas não deveriam ser alvo de novas colonizações ou intervenções externas, estabelecendo que qualquer interferência europeia nas Américas seria vista como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.

Ao longo do século XIX, a doutrina serviu como justificativa para fortalecer a presença diplomática, econômica e militar dos EUA na região, moldando a relação com os países latino-americanos — quase sempre em bases assimétricas. No começo do século XX, o presidente Theodore Roosevelt ampliou o princípio e autorizou intervenções, abrindo caminho para ocupações em países como Cuba, Haiti, República Dominicana e Nicarágua.

Conclusão: Significado para o Brasil e a América Latina

A medida é interpretada como um sinal direcionado à China, em resposta ao crescimento da influência econômica de Pequim na região. A diretriz atinge diretamente a expansão chinesa na América Latina, especialmente em infraestrutura, energia e telecomunicações. Para os países latino-americanos, incluindo o Brasil, essa retomada da Doutrina Monroe representa desafios importantes em termos de soberania e autonomia nas relações internacionais.

O cenário atual envolve mais atores e interesses interdependentes, com países latino-americanos navegando entre Washington e Pequim. A reafirmação deste princípio histórico pelos Estados Unidos traz à tona questões sobre o equilíbrio de poder no continente e o futuro das relações hemisféricas nos próximos anos.

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